Um novo estudo que utiliza datação de radiocarbono de bombas descreve um búfalo-boca-grande que viveu até inimagináveis 112 anos, mais de quatro vezes a idade máxima de 26 anos conhecida anteriormente para a espécie.
A descoberta torna o búfalo-boca-grande, peixe nativo da América do Norte e que pode pesar quase 36 kg, o peixe ósseo de água doce (um grupo que possui aproximadamente 12 mil espécies) mais velho com idade confirmada.
Alec Lackmann, que dirigiu o estudo deste peixe, ficou assustado com os números após realizar os primeiros testes, e não acreditou. Foram extraídas camadas finas do otólito (pequenas estruturas calcificadas que ajudam o peixe a se equilibrar enquanto nada) de 386 búfalos-boca-grande capturados na natureza, em sua maioria obtidos com pescadores que pescam com arco e flecha. Em seguida, os pesquisadores utilizaram um microscópio para contar os anéis de crescimento em cada camada de otólito. A primeira contagem chegou a estimativas de peixes com mais de 80 e 90 anos.
Datação de carbono
Para confirmar as extraordinárias estimativas etárias, Lackmann e sua equipe recorreram à datação de radiocarbono de bombas, um método consagrado que compara o montante de isótopos de carbono 14 no tecido animal com as concentrações de carbono 14 liberadas em meados dos anos 1900 durante testes de bombas atômicas. O método foi utilizado para datar todo tipo de material, como restos mortais de humanos e de tubarões.
Em seguida, eles conferiram os resultados obtidos dos otólitos com a datação de radiocarbono de bombas e encontraram uma correspondência — confirmando as estimativas de expectativa de vida entre 80 e 90 anos, segundo o estudo recentemente publicado no periódico Communications Biology.
Ao todo, cinco búfalos-boca-grande ultrapassaram 100 anos de idade, mas uma fêmea de quase 10 kg capturada perto de Pelican Rapids, em Minnesota, tornou-se a recordista de 112 anos.
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